Preconceito faz Sentido?

Notícia publicada no UOL.

Aluna trans é chamada por pronome masculino, e agredida em escola de São Paulo.

Uma aluna trans foi agredida por outros jovens durante uma confusão, iniciada por ela ter sido desrespeitada e chamada com pronomes masculinos. O caso aconteceu na Escola Estadual Galdino Pinheiro Franco, em Mogi Das Cruzes (SP), e imagens que circulam as redes sociais mostram uma aluna chutando cadeiras de uma sala de aula e, em seguida, sendo agredida por outros alunos. Segundo a Seduc-SP (Secretaria de Estado da Educação) o caso ocorreu ontem e está sendo investigado. De acordo com mães e familiares de alunos ouvidos pelo UOL, a menina que aparece no vídeo é transgênero e teria sido chamada pelo pronome masculino. Irritada com seguidos desrespeitos sofridos na escola, ela chutou as cadeiras da sala de aula. Neste momento, outra criança teria sido atingida e o irmão dela quis revidar, agredindo a jovem.

Relatando o ocorrido para meu amigo, atual morador do planeta Saturno, ele comentou que coisas desse tipo aconteciam por lá, mas que as autoridades costumavam usar de didática psicossocial avançada, para resolver tais inconvenientes. Sequer sei dizer se aqui no nosso planeta existiria tal termo, “didática psicossocial avançada”, mas cabe a mim apenas relatar o fato tal qual eles resolvem por lá.

Em uma escola pública foi sugerido um experimento bastante interessante! Alunos voluntários, que não se conheciam, seriam vendados um a um, antes de participarem do experimento. Entrariam em uma sala de aula, levados pelas mãos, visto que estavam vendados, e se sentariam em círculo para interagirem uns com os outros.
Não seria permitido revelar nada, absolutamente nada de suas vidas íntimas. Poderiam conversar sobre diversos assuntos, mas nada que adentrasse o campo pessoal mais íntimo.

Após terem se sentado, alguns mais desinibidos, se apresentaram.
“Sou Flávia, aluna do oitavo ano, adoro as aulas de história e geografia.”
“Sou André, aluno do nono ano, detesto as aulas de geografia, mas adoro as de matemática.”
“Sou Jéssica, aluna do primeiro ano do ensino médio, e na verdade não gosto de estudar.”

E assim, aos poucos cada um deles foi se apresentando e a descontração rapidamente tomou conta do ambiente, e diversos assuntos engraçados e outros bastante sérios e polêmicos foram abordados. As discussões acaloradas, porém respeitosas, tomaram conta do recinto e por mais tempo que o esperado, ficaram ali, conversando entre eles.
Num dado momento do experimento, era previsto que todos deveriam tirar suas máscaras e conhecerem-se de fato, não apenas intelectualmente, mas poderiam ver seus rostos, e mais, poderiam então, falar abertamente sobre suas vidas pessoais, seus segredos mais íntimos.

Ao tirarem as máscaras, todos se observaram atentamente. Haviam adolescentes negros, pardos, brancos, um deles era cadeirante, alguns se indetificaram como gays, e Flávia se indentificou como uma menina trans.
André estava afoito para saber quem era Flávia, a garota com quem conversou tanto, e que tinha uma cabeça absolutamente incrível! Flávia, era a moça trans. André, olhando fixamente para ela, disse-lhe: Nunca havia reparado em você no colégio, talvez nunca reparasse se antes das vendas nos olhos, soubesse que era uma menina trans. Só tenho uma coisa a lhe dizer minha cara:
Você é linda demais! E sou grato por ter a oportunidade de tê-la conhecido tanto, graças a nossa momentânea cegueira didática.

A vida é isso, caros leitores, muitos se privam de conhecer o outro pelo simples fato de que acham fundamental manterem seus conceitos inexplicáveis sobre coisas que não fazem o menor sentido.

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