A gestão

 

Notícia publicada no jornal Barueri na Rede.
Queixas de usuários contra Benfica se multiplicam.

Problemas apontandos vão de redução de frota e não cumprimento de horários a superlotação, falta de manutenção e longos períodos de espera
O Barueri na Rede tem recebido constantes reclamações de passageiros sobre a Benfica, responsável pelas linhas municipais de Barueri. São queixas que vão desde a superlotação, até relatos de passageiros que se viram obrigados, pela mudança de horários, a improvisar meios para chegar ao trabalho.
“Hoje de manhã cheguei ao terminal 7h08 da manhã e o ônibus simplesmente não passou. Precisei pegar uma outra linha, descer no ponto da Castelo e ir andando para a empresa, atrasada”, conta uma leitora, que usa a linha T253-Líbano/Mackenzie.
Passageiros da linha 253-Jardim Líbano/Parque Imperial relatam falta de manutenção. “Pneus quase sempre carecas e a maioria dos ônibus dessa linha apresenta um barulho alto quando freia, um sinal claro de problema nos freios”, comentou outro usuário, que afirmou já ter feito diversos alertas para a emperesa. “Cansei de fazer denúncias no whatsapp deles, mas nunca adiantou.”


Na faculdade de administração, lhes ensinam que o segredo do sucesso está na seguinte fórmula:
Você monta um negócio, seja uma indústria ou uma prestadora de serviços ou um comércio, oferece seu melhor produto ou serviço, seu melhor atendimento e tudo isso pelo menor preço possível. Assim, você conquistará seu cliente, que divulgará sua empresa sem custo algum, dizendo a todos que “não há neste mundo nada melhor que a sua empresa”.
Depois, aos poucos você vai sucateando o serviço ou piorando a qualidade do produto, desvalorizando consideravelmente o seu atendimento e aumentando ao máximo o preço daquilo que você vende ou faz. Esta é a lei do mercado, de um mercado feliz e alinhado com o sistema, que visa o lucro acima de tudo.

Quando se trata de empresas que prestam serviços para uma instituição governamental ou para o próprio governo, há que se entender algumas peculiaridades a respeito dessa máxima da administração de empresas:

O cliente não é o usuário dos produtos ou serviços, e sim, o governo, a gestão que os contratou para prestar um serviço ou para fornecer determinado produto.
Não estamos aqui levantando qualquer possibilidade ou suspeita, mesmo que exista, de corrupção ou desvio de verbas, apenas uma questão técnica de como gerir um negócio nos dias de hoje, é mais ou menos assim:

Senhor! A prefeitura diz ter recebido muitas reclamações sobre os nossos chafarizes instalados na praça. Dizem que os bicos de água que regam os canteiros se parecem com um senhor com problemas de próstata!

Ora Ora! Que conversa é essa de próstata, nós nunca regamos o parque nem a praça com xixi de quem quer que seja, isso é uma mentira deslavada, sem dúvida é coisa da concorrência querendo nos derrubar!

Não senhor! É que os chafarizes “mijam curtinho”, e falham o tempo todo!

Bem, de fato estamos com alguns problemas de entupimentos, mas a culpa não é nossa meu caro, a culpa é do fornecedor de água, que nos fornece um produto de baixa qualidade.

Mas o povo alega que não damos manutenção nos encanamentos desde que proclamaram a república!

O povo é exagerado, não dê ouvidos a eles, certamente querem nos derrubar, nosso cliente é o prefeito, é ele quem deve ou não estar satisfeito com os nossos chafarizes!

Bom dia Sr. Prefeito, soubemos que o povo está reclamando dos nossos chafarizes, dizem que parece um senhor com problemas de próstata, que mijam fraquinho e falham o tempo todo.
Fizemos um levantamento para resolvermos esse contratempo, mas chegamos a conclusão que seria inviável, afinal teremos que trocar todos os encanamentos de todas as praças e parques da cidade, tudo isso por culpa da fornecedora de água, irresponsável, que nos fornece uma água de má qualidade!

Calma meu jovem, para tudo existe uma solução. Eu estou ciente das reclamações, não há nada que eu não fique sabendo nesta cidade, e já esperava por sua visita, afinal, precisamos resolver esse probleminha antes das eleições!
Faremos o seguinte: Peça ao seu contador que abra uma firma de serviço de transporte e fornecimento de água com caminhões pipa, no nome de outra pessoa que seja de sua inteira confiança. Faça um financiamento, compre os caminhões, e depois me procure.

O dono da empresa de chafarizes faz o que a “autoridade” recomendou, e em poucos dias a cidade está repleta de caminhões pipa estacionados em um galpão na periferia.

Muito bem meu rapaz! Agiu rápido! Agora vou detonar publicamente sua antiga empresa, e você nunca mais irá prestar esse serviço de péssima qualidade com seus chafarizes prostáticos!

Mas senhor, eu irei à falência! 

Não, eu não disse isso. Eu vou detonar a sua antiga empresa, vou dizer que uma nova empresa de caminhões pipa fará o serviço de forma emergencial, para atender às necessidades da cidade, e com o tempo, basta convencermos a população de que a melhor maneira de regar as plantas é com um bom caminhão pipa!
Ah! e não se esqueça de nós, este ano é um ano de eleições, e se eu for reeleito, farei de tudo para que os nossos caminhões pipa reguem todas as praças das cidades vizinhas, ok?

E assim, mais uma vez, o povo ficou feliz com seus novos caminhões pipa atravancando o trânsito da cidade, estacionando em locais proibidos, e obviamente com a taxa da água que “sofreu uma pequena elevação”, mas que não é significativa no bolso do cidadão. E quanto aos antigos chafarizes, instalados na antiga gestão, são o resultado da má administração dos partidos que não estão comprometidos com a felicidade do povo!

Isto, caros leitores, não passa de uma história, uma obra de ficção, num cenário Europeu provavelmente, afinal, aqui, coisas dessa natureza jamais aconteceriam.

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