TRISTEZAS

 Às vezes, o que eu tenho vontade é de chorar. Mas de nada adianta, visto que expressar sua tristeza não lhe faz menos triste.

Às vezes penso em fugir, sumir sem deixar rastros, como se fosse possível apagar uma existência, a minha.

Quando você constrói o caos, lentamente, dia após dia, em bases sólidas, sua vida não parece mais ter solução.

A grama que já virou mato e que lhe assombra, a sujeira dos gatos, a precariedade da casa, tornou-se um fardo pesadíssimo, que você nem ousa carregar. Mas ele está lá, todos os dias, lhe informando o quão você é incompetente e incapaz, quanto de coragem lhe falta para enfrentar o corpo, e fazer o que tem de ser feito.

Queria ser quem eu sou, mas nem sei sequer se sou para querer ser.

Nunca gritei meu grito de liberdade, e acabei preso no sonho dos outros, que carrego até hoje nas costas por pura incompetência de sonhar meus próprios sonhos.

Onde termina, e quando?

Haverá tempo e se houver, haverá força, e se houver, haverá ainda motivo?


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