CARTAS

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Nilza e Arlete, como tudo começou….

Nascidas em Teodoro Sampaio, Nilza e Arlete, desde pequenas gostavam de conversar por cartas.
Moravam na mesma casa, viviam juntas e estudavam no mesmo colégio, e mesmo assim trocavam cartas pelo correio.

Contar a vida, escrevendo num pedaço de papel, era muito mais legal.

Arlete, 2 anos mais velha, nunca quis sair dali. Casou-se, teve filhos mas não saiu de sua cidade. Arlete é uma mulher conservadora, dona de casa das antigas e seu marido Nelson, consegue ser mais conservador que ela.
Nelson é bancário, caxias, do tipo que bate o ponto 1 minuto antes de entrar, e depois de bater o ponto na saída, ainda se dedica ao banco por mais um tempo, acredita que o seu suor é fundamental para manter a estabilidade da empresa em que trabalha, e não reclama de nada, executa.
Formaram família, tiveram dois filhos que hoje são adolescentes, O Júnior, e a Alessandra. A menina veio primeiro, e logo de cara trouxe uma certa inquietude para o casal que esperava um filho macho como primogênito; mas não veio, o Júnior veio depois, e se não tivesse vindo continuariam tentando até hoje, porque na casa dela, ter um filho macho é fundamental para a boa imagem da família.

Nilza é bem diferente, de conservadora nunca teve nada, sempre gostou de sair com amigos, beber e aproveitar todas as festas que pudesse, seu sonho era sair dali, tentar a vida na cidade grande, conhecer um cara de mente aberta, do tipo companheiro para vida toda, e trabalhar.
Formou-se enfermeira aqui mesmo em São Paulo, na capital, para onde veio com todas as malas para nunca mais voltar, a não ser que fosse para uma visita familiar.
Conheceu Arthur, que cursava engenharia de áudio, era um cara descolado, cabelo comprido, barba, muito farrista e antenado, e assim como ela, não perdia uma festa que fosse.
Com tantas semelhanças, casaram-se. Primeiro nasceu Cauã, o primogênito, e isso causou muita inveja na irmã Arlete, mas para Nilza e Arthur, não fazia a menor diferença se teriam um menino ou uma menina, pois queriam conhecer a experiência de serem pais, sem questionar a natureza.
Depois veio a Carla, e assim como sua irmã Arlete, resolveram encerrar a carreira de mãe, com apenas dois filhos cada uma.

As irmãs, principalmente depois que Nilza saiu de Teodoro Sampaio, começaram a escrever ainda mais, afinal, eram tantas coisas para contar!

Elas até conversam por redes sociais, por aplicativos de comunicação, mas os detalhes, as fofocas, as tristezas e alegrias, só mesmo por carta conseguem falar.
E essas cartas, depois que são lidas, elas costumam deixar em cima do armário, para evitar que os maridos as vejam, leiam e saibam de seus segredos, mas eu, eu sou gato, minha gente! Não existe nesta vida, o que eu não possa ver ou pegar, e como um amigo que tenho, que rouba brinquedos da vizinhança, eu gosto mesmo é de roubar cartas! As cartas da Arlete eu peço para o Nico pegar, um brother meio lento, mas é um gato bem legal, e quando a Arlete dá mole, ele pega todas em cima do armário e manda para mim.

Vou publicar tudo, tudinho!
Aqui em casa, as correspondências chegam na quarta-feira, dou um jeito de pegar e publico em seguida!

Tô só vendo, vocês já estão curiosos, né?
Gato tem palavra, eu vou publicar mesmo, e nas quartas-feiras!

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